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Virgínia, Dâmaso, Emílio e Teófilo
2012
Instalação,
Dados com letras formando a palavra "liberdade" sobre mesa com candeeiro de estirador, rectângulo pintado com tinta de ardósia preta com a palavra "vela" desenhada em contorno, vela de parafina, projecção de vídeo com imagens de um texto de Dâmaso Romão Carreiro; projecção de slide (jacto de tinta impresso em papel de acetato) e impressão jacto de tinta em formato postal sobre parede, livro fac símile de Teófilo Seyrig; retro-projecção de transparências sobre frase de Vírginia Moura pintada a vermelho na parede e lata de tinta com pincel, ficha da PIDE, retrato e carta ao Delegado de Saúde do Porto (1951) em vitrina; caixa-mala de luz com transparências e slides de Emílio Biel, borboletas sobre a caixa e a flutuar, postal de balão de ar.


Espaço Campanhã, Porto, Portugal
curadoria de Óscar Faria
Virgínia, Dâmaso, Emílio e Teófilo desenvolve-se em torno de quatro pessoas cujo nome foi dado a ruas da freguesia de Campanhã: Virgínia Moura, Dâmaso (Romão) Carreiro, Emílio Biel e Teófilo Seyrig. 

Virgínia Moura foi a primeira mulher licenciada em Engenharia Civil em Portugal e uma destemida militante anti-fascista. As suas posições políticas impediram-na de exercer engenharia em qualquer cargo da função pública, no entanto as pessoas sempre a trataram carinhosamente por "Srª Engenheira". Foi várias vezes presa pela PIDE, pertenceu à secção portuguesa do Socorro Vermelho, ao MUD, ao Movimento Nacional Democrático e ao PCP mantendo sempre um enorme entusiasmo por uma sociedade justa e democrática.
Dâmaso Romão Carreiro foi professor do ensino primário e adaptou ao universo escolar português, na década de 1930, um método de ensino centrado na criança, inspirado por Ovide Decroly e Édouard Claparède, que se baseava na ideia de auto-aprendizagem. Ou seja os alunos não eram "ensinados", mas antes o professor guiava-os através de exercícios lúdicos que permitiam que cada um aprendesse por si e ao seu ritmo.
Emílio Biel foi um negociante e editor de livros nascido na Alemanha que se radicou no Porto em 1860. Era apaixonado por fotografia tendo sido Photografo da Caza Real. Dedicou-se à fotografia de paisagem e dos costumes, mas também de grandes obras de engenharia como caminhos-de-ferro e pontes. Era um entusiasta das novidades tecnológicas como a luz eléctrica, o telefone ou os eléctricos, mas também pela colecção de borboletas, a qual se encontra no Museu Zoológico Augusto Nobre da Universidade do Porto.
E Teófilo Seyrig que foi o engenheiro de origem prussiana que trabalhou no projecto e construção da Ponte Maria Pia (com a Casa Eiffel) e da Ponte D. Luiz I (com a Sociedade Willebroeck) que é considerada a sua obra-prima. Apesar de comummente se atribuir a autoria da Ponte Maria Pia a Eiffel, há indícios que a ideia de usar o arco metálico para vencer o vão de 160 metros é, de facto, de Seyrig. Teófilo publicou monografias sobre pontes e sobre estática, mas também se interessava por Arqueologia e Astronomia.

Mais ou menos esquecidos, eles são evocados na instalação que ocupou o espaço da antiga tipografia.

+ em http://www.missdove.org/2012/07/susana-mendes-silva-at-campanha.html